quarta-feira, 10 de junho de 2015

XXII CONASOL




A 22ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba se converteu na maior construção, dos últimos anos, de unidade de partidos, entidades de classes e organizações para a cooperação e a defesa do povo cubano realizada no Brasil.
Pernambuco sediou, nos dias 04, 05 e 06 de junho, a 22ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, com a presença de 480 delegados vindos de 18 estados, representando 54 organizações. A abertura aconteceu na Associação de Ensino Superior de Olinda (AESO), com a exposição Fidel es Fidel, do fotógrafo cubano Roberto Chile. Em seguida, a mesa oficial de abertura contou com as saudações do prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, do vice-prefeito de Recife, Luciano Siqueira, do secretário executivo da Casa Civil do Estado de Pernambuco, Anchieta Patriota, do presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa, Edival Cajá, do diretor do Instituto Cubano de Amizade aos Povos (Icap), Roberto Hamilton, e da embaixadora de Cuba no Brasil, Marielena Ruiz Capote, além de representantes das organizações envolvidas na execução do evento.
“A 1ª Convenção levantou duas bandeiras na construção da unidade de ação de diferentes partidos e organizações: a suspensão do bloqueio dos EUA e a recuperação de Guantánamo, ocupada pelo imperialismo em 1903. Outra bandeira erguida depois foi a libertação dos Cinco Heróis. E esta é a grande conquista do movimento de solidariedade dos povos com Cuba. As outras duas bandeiras são apenas questão de tempo para conquistarmos”, declarou Edival Cajá, que coordenou a comissão executiva da Convenção.
Em sua fala, a embaixadora Marielena Ruiz também celebrou a conquista da libertação dos Cinco, destacando que esta foi uma vitória dos movimentos em todo o mundo, e enfatizou a importância da unidade nesta conquista. “Depois de todos esses anos, brasileiros e cubanos estão cada vez mais próximos. A vinda de um dos heróis para este evento é um agradecimento a todo suporte dado pelo Brasil”, declarou.
Os debates que se seguiram foram realizados no auditório da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP), em Recife. Temas como o bloqueio econômico e financeiro, a reabertura das relações diplomáticas entre EUA e Cuba, a luta pelo fechamento de Guantánamo, o papel da juventude na construção do socialismo e a importância de uma rede de comunicação eficaz para contrapor as mentiras da mídia burguesa sobre a Revolução Cubana. A Verdade participou da mesa debate sobre este último tema, com a intervenção do jornalista Rafael Freire, que, entre outras questões, enfatizou a campanha desenvolvida pelo jornal, durante anos, em prol da libertação dos Cinco Heróis.
Mas o grande momento da 22ª Convenção ficou para o final. Edival Cajá, que presidiu os trabalhos, leu a Carta do Recife, uma enérgica declaração unitária de todas as organizações presentes e deu prosseguimento ao painel de encerramento, com o tema da libertação dos Cinco Heróis cubanos, que contou com o convidado de honra Gerardo Hernández, líder do grupo que lutava, em Miami, para impedir ações terroristas contra o povo cubano. Por seu trabalho revolucionário, Gerardo passou 16 anos preso nos cárceres norte-americanos e, só no dia 17 de dezembro de 2014, regressou a Cuba juntamente com outros dois camaradas, dos cinco, que ainda se encontravam detidos.
Recepcionado com uma explosão de aplausos e palavras de ordem, Gerardo foi atencioso com todos que queriam abraçá-lo e agradeceu o apoio dos brasileiros pela libertação dos cinco. “Não são vocês que têm que agradecer aos Cinco, são os Cinco que têm que agradecer a vocês. Agradeço por trazer-me, e não me refiro a trazer-me de avião, mas a trazer-me de volta a liberdade. Ao longo desses anos todos em que estive condenado a duas prisões perpétuas e mais 15 anos, só conseguimos resistir porque sabíamos que os povos do mundo lutavam por nós”, declarou. “Agora, mais do que nunca, precisamos seguir nesta unidade, em solidariedade e em defesa de Cuba. Não se pode baixar a guarda. Vocês, como nós, estão conscientes que os ventos que enfrentam a Revolução Cubana não são pequenos, mas confiamos no espírito de luta do nosso povo”, finalizou com a humildade e fé de um revolucionário, contagiando o plenário lotado. Os trabalhos da 22ª Convenção foram encerrados oficialmente pela embaixadora Marielena Ruiz, que convocou todos a permanecer mobilizados em defesa da Revolução Cubana.
A Verdade ainda realizou uma entrevista exclusive com Gerardo, com será publicada em nossa edição de julho.
O Estado de Minas Gerais foi aprovado, por consenso, como próxima sede da Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, que ocorrerá em 2017.
Ludmila Outtes e Thiago Santos



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