
João Pedro Stedile: Organização e luta por uma outra reforma agrária
Tirado do Blog Limpinho e Cheiroso
"Estão dando uma lição de dignidade", disse Eduardo Galeano aos estudantes chilenos.
“Quero enviar um abraço de muitos braços aos jovens valentes que estão nos dando a todos uma lição de dignidade democrática nas ruas do Chile. Eles, os indignados, demonstram que há outro país possível, herdeiro de Balmaceda e de Allende, e que o Chile não termina nas fronteiras traçadas pelos resignados e indignos. É disso que se trata, ao fim e ao cabo: lutando pela educação, os jovens educam a todos os demais. Este protesto ensina. E lhes digo: muitas graças e muita sorte nessa aventura tão bela.”
Através dessa mensagem o escritor uruguaio Eduardo Galeano, autor de “As veias abertas da América Latina”, manifestou seu apoio ao movimento estudantil chileno.
A saudação lhe chegou através da Associação Geral dos Autores do Uruguai (Agadu) logo que a jornalista e estudante de pós-graduação Valeria Osorio lhe enviou uma carta relatando as motivações, o estado e os distintos problemas que a causa possui.
“Sei que para os estudantes do meu país (universo no qual me incluo), uma só palavra de alento de gente que analisa constantemente a realidade latino-americana, poderia renovar as energias, a força e a esperança que se perde dia-a-dia ao ver que uma causa tão nobre e significativa, não só pra eles, mas também para futuras gerações, não recebe resposta”, manifestou a estudante em carta ao escritor.
Retirado do CubaDebate
Tradução da Cátedra José Martí.
O senado belga exigiu a intervenção do governo dos EUA para terminar a injustiça contra os Cinco, através de uma resolução aprovada depois de vários anos de trabalho insistente do Comitê belga em prol da liberação dos antiterroristas cubanos.
A resolução, elaborada pela senadora do Partido Socialista, Fatiha Saïdi, foi aprovada no início de julho e conhecida recentemente.
A senadora Fatiha Saïdi tomou a iniciativa depois da segunda reunião em outubro de 2010 com Olga Salanueva e Adriana Pérez, esposas de René González e Gerardo Hernández, no parlamento federal belga. Nessa reunião estiveram presentes deputados e senadores de sete partidos políticos: os partidos socialdemocratas SP.a e PS, os partidos democrata-cristãos cdH e CD&V, o partido nacionalista flamenco N-VA e os partidos ecologistas Groen! E Ecolo.
A resolução foi apresentada na Comissão de Assuntos Exteriores do Senado pela senadora Fatiha Saïdi e a senadora e ex-ministra Marie Arena, e ganhou o apoio de 48 senadores de nove partidos políticos. Só se produziram três votos contra e duas abstenções.
Na resolução os senadores constatam que os Cinco sofrem penas severas, a raiz de um processo que foi questionado pela Anistia Internacional, pelo Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da ONU e por numerosas ONGs. Constatam também que os direitos de visita dos familiares são violados.
Agora que o caminho judicial está terminando, os senadores belgas consideram o poder que tem o Presidente dos EUA para o perdão, para converter as penas ou para anunciar uma anistia como último recurso para obter a liberdade dos Cinco.
Os senadores belgas pedem a seu governo para utilizar toda a influência diplomática a seu alcance para conseguir a libertação dos Cinco e apresentar o tema na agenda das reuniões bilaterais com os Estados Unidos.
Também solicitam ao governo que transmita ao embaixador dos Estados Unidos na Bélgica que os belgas estão preocupados pela situação destes homens, suas detenções e suas condições de detenção. Pedem também para transmitir a solicitação do Parlamento belga ao Presidente dos Estados Unidos de que perdoe aos “Cinco de Miami”, comute a sentença a uma pena menor, ou os sujeite a um julgamento justo em outro distrito.
Os senadores belgas terminam convidando seu governo a apresentar esta resolução às autoridades dos Estados Unidos (Congresso e Senado dos EUA e o Presidente dos EUA) para informá-los sobre a preocupação do povo belga pelos “Cinco de Miami”.
Uma resolução similar foi apresentada na Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara do Parlamento belga, onde se espera sua discussão.
Fonte: Cubadebate
Escrita por: Katrien Demuynck
Por: Diário Liberdade
O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora Rodriguez, abordou, neste sábado (04), os objetivos e efeitos do bloqueio imposto pelos Estados Unidos à ilha e detalhou a Política de Realinhamento Econômico e Social, aprovada durante congresso do Partido Comunista Cubano. Ele participou de uma conferência, no plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, durante a VI Convenção Estadual de Solidariedade a Cuba, promovida pela Associação Cultural José Marti.
"Trata-se da atualização do modelo social e econômico do país. Não é um retorno de Cuba ao período pré-revolucionário e nem um passo em direção ao capitalismo. Nenhum cubano ficará desamparado. Os princípios da revolução não mudam", assegurou Zamora Rodriguez.
A elaboração do conjunto de 371 recomendações para reordenar o modelo econômico e social, embasadas no princípio de manter a total integridade da cidadania, sobretudo no atendimento em saúde e educação, envolveu praticamente toda a população da Ilha.
Durante seis meses, 8,5 milhões de cubanos – de uma população de 11,8 milhões de pessoas- participaram de 781 mil assembleias em sindicatos, associações de moradores, organizações sindicais e de estudantes para apontar as medidas necessárias para garantir o avanço do projeto que vigora no país desde a Revolução de 1959.
As proposições foram apresentadas e debatidas no Congresso do PCC e votadas por mil delegados eleitos nas assembleias. Representantes da população e não necessariamente vinculadas ao partido. As propostas, agora, serão sistematizadas por uma comissão nacional e encaminhadas para regulamentação no Congresso Nacional. O prazo para a completa implantação das mudanças é estimado em dois a três anos.
Em síntese, elas reposicionam o papel do Estado e da cidadania quando à gestão da economia e da produção nacional. O programa, de acordo com o embaixador, mantém o predomínio da propriedade estatal, mas transfere à iniciativa privada os pequenos empreendimentos, a exemplo das barbearias e açougues.
Nos grandes empreendimentos, relacionados aos diretos básicos da população, permanecerá a visão socialista de Estado. Em ambos os casos, no entanto, não serão permitidos monopólios privados, em especial nas cadeias que envolvam a produção de insumos e serviços para Saúde e Educação. "Não é o mercado que decide", enfatizou Zamora. "As conquistas na Saúde, Educação e Cultura são intocáveis", assegurou.
Outra iniciativa será a distribuição de terras improdutivas, até então de propriedade do Estado, para 300 mil famílias. Elas serão atendidas por políticas públicas de custeio e assistência técnica. Desta forma, procura-se reverter um efeito do processo revolucionário, que garantiu altos índices de escolaridade e formação superior, provocando o fenômeno da urbanização. Hoje, 80% da população cubana vivem em cidades e apenas 20%, no campo.
Também está prevista a alimentação de parcerias com outros países para a modernização da infraestrutura e tecnologia. O Brasil, segundo parceiro comercial de Cuba, desponta como um forte aliado e já participa da construção de um grande porto a 40 km de Havana. Com inauguração prevista para 2013, tende a transformar-se no maior porto exportador e de turismo do Caribe. Da mesma forma, os países trabalham lado a lado em empreendimentos de energia eólica e solar e a Embrapa aporta conhecimento no plantio de soja.
Este cenário só é possível nos dias de hoje, em que a configuração política da América Latina sofreu mudanças consideráveis com a eleição de governos de perfil mais progressista e quando o continente avança no conceito integracionista. O conjunto de medidas em andamento, aliás, não seria possível em outros tempos. "Nosso futuro está ligado ao futuro da América Latina e do Caribe", vislumbrou o embaixador.
Zamora relatou que o passo adiante na implantação do projeto foi adiado pelo isolamento imposto ao país pelo bloqueio, pela perda de parceiros comerciais, de financiamento e de custeio do bloco soviético, pelo perigo constante de uma invasão norte-americana, pelas tragédias provocadas pela passagem de três furacões - que corroeram 20% do PIB cubano-, pela crise financeira mundial e pela enfermidade de Fidel Castro. Além disso, frustraram-se todas as expectativas de uma mudança considerável na política externa com a eleição do democrata Barak Obama.
Hoje, a América Latina respira novos ares e já se pode vislumbrar uma unidade concreta entre os país, inclusive do Caribe. No próximo mês, governos locais reúnem-se na Venezuela para concretizar a criação de um organismo comum. O bloqueio econômico e cultural promovido pelo governo americano vem sendo sistematicamente condenado por países e organismos internacionais. Calcula-se em U$S 751 milhões os prejuízos provocados a Cuba pela política americana, classificada como autoritária e genocida.
Solidariedade
Apesar disso, os índices de desenvolvimento social em Cuba estão entre os melhores do mundo. A população tem acesso universal e gratuito à saúde e educação públicas e a taxa de mortalidade infantil é a menor do planeta. Além disso, o país mantém 56,7 mil cidadãos trabalhando em 31 nações. Só na área da saúde, são 40 mil profissionais.